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domingo, 17 de janeiro de 2016

O Contraste(crônica )






                
Estava eu esperando um casal de amigos que estava para chegar para passar as férias aqui. A aeronave já havia pousado, mas, a demora era mais na esteira para receber as bagagens. Cheguei um pouco antes do previsto . Fiquei  ali na ala de desembarque do aeroporto abarrotada de pessoas, à esperar e nesta espera, com meu olhar observador  e curioso ,notei uma grande diferença de comportamento humano. 
 No mesmo lugar, sim, porque aeroporto pequeno tudo é perto,o espaço físico é pequeno,porém por ali circulam milhares de pessoas em temporada de férias. num frenesi, alegria de quem espera compartilhada com quem chega.
   Veio-me  na hora um pensamento de uma comparação: duas salas, ambas unidas por uma pequena distância, uma reina a alegria do encontro, outra reina a tristeza de partida, num paradoxo  incomparável. No desembarque, senti um clima contagiante, crianças ansiosas à espera dos avós, pais, tias e estes quando chegavam,  o barulhinhos de gritos de alegrias,sorrisos, abraços , apertados, beijos...Coisas que criança faz com maior naturalidade,desinibida, o  adulto é mais contido.A cena era mais que isto, indescritível !
  Vendo o vovô  pela estreita porta do setor de bagagem , na fila da esteira,ouvi  e vi ao meu lado uma criança sorridente gritar eufórica de alegria: “Vovô Chico, vovô Chico!”E enviava beijinhos para o avô , este correspondia da mesma forma...Naquele momento, meu sorriso brilhou junto com o dela.
Os namorados, amigos, familiares adultos então, repetiam  também, os sorrisos, os beijos e abraços, breves, sem comparação aos pequeninos. Os menos calorosos, eram os agentes de turismo, com suas placas de identificação dos nomes dos esperados, eram sorrisos educados.
Onde reina a tristeza? Ao lado contrário, o contraste. Quantas vezes assisti momentos de partidas, àquelas que o verbo parte o coração, estraçalha mesmo , de quem vai e de quem fica. Ouve-se choros, Beijos e lágrimas, abraços demorados, promessas de retorno. São momentos de tristeza. Antes o barulho do vai e vem de transeuntes, depois, o silêncio na hora do aceno...Cada um segue seu destino em rumos diferentes, um no ar e outro no chão, retorna à sua rotina .
    Enfim, assim caminha a humanidade.  
    
        (  Dora Duarte)
 Florianópolis, 16/01/2016


2 comentários:

Albertina Fonseca disse...

A sensibilidade do olhar e sentimento presente nesta crónica. Quanta verdade. A vida é feita de idas e vindas. Alegrias e tristezas. Momentâneas porque sabemos que um dia voltamos ou alguém nos visita. Parabéns Dora pela tua escrita que me fez ver a cena no seu todo e com todos os sentimentos presentes. Bjs

Dora Duarte disse...

Obrigada querida Albertina! Assim como eu, você tem uma sensibilidade aguçada, uma percepção grande,por isso você compreende a minha maneira de ver tudo e
escrever. Beijos.

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