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terça-feira, 11 de maio de 2010

Feliz dia das mães

Mãe desnecessária


A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo.



Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista esta frase e ela sempre me soou estranha. Até agora.



Chegou a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos. Uma batalha interna hercúlea, confesso. Quando começo a esmorecer na luta para controlar a supermãe que todas temos dentro de nós, lembro da frase, hoje absolutamente clara:



Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária.



Antes que alguma mãe apressada venha me acusar de desamor, preciso explicar o que significa isto.



Ser ‘desnecessária’ é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes.



Pronto para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros também.



A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical. A cada nova fase, uma nova perda e um novo ganho, para os dois lados mãe e filho. Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não pára de se transformar ao longo da vida. Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo.



O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância e na divergência, no sucesso ou no fracasso, com peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis.



Pai e mãe – solidários – criam filhos para serem livres. Esse é o maior desafio e a principal missão.



Ao aprendermos a ser desnecessários, nos transformamos em porto seguro para quando eles decidem atracar.





Autor/a desconhecido.
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