Estava eu
esperando um casal de amigos que estava para chegar para passar as férias aqui. A aeronave já havia pousado, mas, a demora era mais na esteira para receber as bagagens.
Cheguei um pouco antes do previsto . Fiquei ali na ala de desembarque do aeroporto abarrotada de
pessoas, à esperar e nesta espera, com meu olhar observador e curioso ,notei uma grande diferença de
comportamento humano.
No mesmo lugar, sim, porque aeroporto pequeno
tudo é perto,o espaço físico é pequeno,porém por ali circulam milhares de
pessoas em temporada de férias. num frenesi, alegria de quem espera compartilhada com quem chega.
Veio-me
na hora um pensamento de uma comparação: duas salas, ambas unidas por uma pequena
distância, uma reina a alegria do encontro, outra reina a tristeza de partida,
num paradoxo incomparável. No desembarque,
senti um clima contagiante, crianças ansiosas à espera dos avós, pais, tias e
estes quando chegavam, o barulhinhos de
gritos de alegrias,sorrisos, abraços , apertados, beijos...Coisas que criança faz com maior
naturalidade,desinibida, o adulto é mais
contido.A cena era mais que isto, indescritível !
Vendo o vovô pela estreita porta do setor de bagagem , na
fila da esteira,ouvi e vi ao meu lado
uma criança sorridente gritar eufórica de alegria: “Vovô Chico, vovô Chico!”E
enviava beijinhos para o avô , este correspondia da mesma forma...Naquele momento,
meu sorriso brilhou junto com o dela.
Os
namorados, amigos, familiares adultos então, repetiam também, os sorrisos, os beijos e abraços,
breves, sem comparação aos pequeninos. Os menos calorosos, eram os agentes de
turismo, com suas placas de identificação dos nomes dos esperados, eram
sorrisos educados.
Onde reina a
tristeza? Ao lado contrário, o contraste. Quantas vezes assisti momentos de partidas, àquelas que o verbo parte o coração, estraçalha mesmo , de quem vai e de quem
fica. Ouve-se choros, Beijos e lágrimas, abraços demorados, promessas de
retorno. São momentos de tristeza. Antes o barulho do vai e vem de
transeuntes, depois, o silêncio na hora do aceno...Cada um segue seu destino em
rumos diferentes, um no ar e outro no chão, retorna à sua rotina .
Enfim, assim caminha a humanidade.
(
Dora Duarte)
Florianópolis, 16/01/2016